Ciclo
Vicioso
Antonieta e René conversando.
Gesticulam, riem, sorriem, balançam suas cabeças. Ao redor, diversas pessoas,
cada um com seus problemas de cada dia, presos em pensamentos e preocupações.
Nesse cenário, as duas garotas parecem felizes e até mesmo alheias a todo o
resto. Seu assunto? Jogos.
Ao mesmo tempo que mostram partilhar
da mesma opinião, parecem não entrarem num acordo quanto ao “melhor jogo de
todos os tempos”.
– Tem aquele difícil pra caramba –
diz René.
– Sim, mas o outro tem mais usuários – argumenta Antonieta.
– Quantidade não é sinônimo de
qualidade – rebate René.
E assim continua a discussão
acalorada entre as duas meninas. Recebem olhadelas de transeuntes e pessoas
sentadas ao redor, pois vez ou outra ambas elevam suas vozes. Elas percebem a
atenção que recebem, no entanto, não parece se importar. Na verdade, parecem
até gostar.
Pessoas vão e vêm, o assunto se
estende, mas agora com outro foco. “O pior jogo de todos os tempos.”
– Com certeza, é aquele jogo
ridículo de fácil. – grita Antonieta.
– Fácil ou não, muitas pessoas jogam
e o amam, não é? – pergunta René com desdém na voz.
– Pessoas idiotas, René.
– Não tem como um jogo tão famoso
ser o pior de todos os tempos, Antonieta. Se é famoso, é bom.
– Ah, tanto faz. Eu odeio e é isso
que importa. – debocha Antonieta, revirando os olhos e apoiando a cabeça sobre
as mãos.
Assim, parecem ficar com raiva uma
da outra. Pessoas em volta percebem e parecem agradecer pelo súbito silêncio.
As garotas olham uma para outra, com raiva e tristeza nos olhos ao mesmo tempo.
Momentos depois, se olham, sorriem um pouco e a discussão recomeça.
– Mas agora é sério, o melhor de
todos os tempo é o...
Tiago
Paiva Prudente
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