Como vai, peixe?

 

                  Quando pessoas conhecidas se encontram por acaso. Surpresa. Entusiasmo. Alegria. Puxar assunto como? Digo naturalmente. Mesmo não sendo tão próximo quanto amigo, nem tão distante quanto um desconhecido. Ser  normal na maioria das vezes define essa conversa.

                   — E ai passou de ano? —  Disse a garota ao conhecido.

                   — Sim! Fui só na aula para zuar, ir em outras salas, conversar...

                   — E o Jóse passou?

                   — Eu acho que não. Ele sai toda vez na noite anterior à todas as provas, não estuda, só falta.

                   — Ele gosta de festar mesmo...É, assim fica difícil...

                  Sempre  procurando saber como anda a vida. Está estudando?  Está trabalhando? Está se divertindo? Todos os aspectos da vida corrida que agora dá um descanso.

                  — E as férias? Vai pra onde? — Perguntou a moça ao rapaz.

               — Vou pra fazenda! Ficar na natureza, com o gado, com meu  avô. Curtir a paz do campo... E você?  — Perguntou curioso o moço.

                  — Vou para qualquer lugar, menos para o Araguaia! Tô cansada.Todo ano é a mesma coisa, areia, gente, nenhum peixe...

                  —  É verdade né?! Não tem como mais pegar peixe lá...

                 Talvez aquele peixe não queira ser visto, talvez só queria nadar sossegado. Ou talvez as  vezes ser encontrado por outros da mesma espécie e ser perguntado como vai a vida.