Casa do Bilbo construída na Nova Zelânida para o filme O Hobbit |
“Numa toca no chão vivia um hobbit...” foi o que John Ronald Reuel Tolkien escreveu numa folha em branco enquanto corrigia provas de seus alunos. Mal sabia ele que essa pequena frase seria o início do que se tornaria um dos livros mais interessantes e reconhecidos da literatura infanto-juvenil. O Hobbit foi publicado em 1937. A obra foi nomeada à Medalha Carnegie e recebeu o prêmio de melhor ficção juvenil do jornal norte-americano New York Herald Tribune.
Tolkien era britânico e foi professor na universidade de Oxford, além de escritor e filólogo. Ele e o irmão Hilary eram ainda crianças quando ficaram órfãos, tendo sido criados e educados pelo Padre Francis Morgan, atendendo a um pedido feito pela mãe dos dois meninos antes de morrer. Tolkien era católico fervoroso, como sua mãe, e teve um casamento feliz com Edith Brath. Tolkien e Edith tiveram quatro filhos: John, Michael, Christopher e Priscilla. E foi justamente para seus filhos que ele escreveu O Hobbit.
O livro narra as aventuras de Bilbo Bolseiro, um hobbit abastado que tinha uma vida sossegada na Colina, na Vila dos Hobbits, até receber a inesperada visita do mago Gandalf e dos treze anões da Montanha Solitária, Erebor. Dentre os anões estava o herdeiro do trono: Thorin Escudo de Carvalho que, por sugestão de Gandalf, veio requisitar Bilbo para ajudá-los no resgate do tesouro dos anões que lhes fora roubado pelo terrível dragão Smaug.
Os hobbits eram criaturas bem pequenas, menores que anões. Eles não precisavam usar sapatos porque tinham pés grossos e peludos. Os hobbits apreciavam uma vida tranquila e feliz, boas músicas, poemas. Também gostavam de festas e presentes, de receber visitas e de fazer várias boas refeições ao dia. E se havia algo de que não gostavam era de aventuras e foi justamente em uma que Bilbo se viu metido.
Como o próprio Tolkien narra logo nas primeiras páginas do livro: “Esta é a história de como um Bolseiro teve uma aventura, e se viu fazendo e dizendo coisas totalmente inesperadas. Ele pode ter perdido o respeito dos seus vizinhos, mas ganhou... bem, vocês vão ver se ele ganhou alguma coisa no final.”
Foto de Tolkien |
A escrita de Tolkien é leve e bastante descritiva. Em muitos momentos ele parece dialogar com o leitor como um avô que se senta na poltrona perto da lareira e, rodeado pelos netos e filhos, começa a contar uma história. A narrativa é composta por momentos alegres e engraçados, e Tolkien é muito bem-humorado em sua forma de escrever. Mas como a vida nem sempre é composta de momentos alegres, há também na história de Bilbo momentos de tristeza, de medo, de perigo, de mistério, de suspense, além de serem narradas batalhas épicas.
Também se percebe muito o gosto do autor pela música, que se faz presente em vários trechos do livro, como quando os anões lavam a louça de Bilbo (para desespero deste) e quando cantam uma canção sobre sua terra natal. Essas duas canções inclusive, foram melodiadas pelo compositor Howard Shore e cantadas no primeiro filme da trilogia O Hobbit, dirigida por Peter Jackson, e que você poderá ouvir assistindo aos vídeos postados ao final deste texto. Se essa adaptação do livro para o cinema foi boa ou não, já é assunto para uma outra resenha.
Utilizando de seus conhecimentos como filólogo, que é um especialista em línguas, Tolkien criou línguas para os povos da Terra Média, criada pelo escritor para ser o lugar onde se passa a história de Bilbo e posteriormente as aventuras descritas em O Senhor dos Anéis. E ele já começa esse processo em O Hobbit. No livro o escritor explica um pouco sobre essas línguas e se utiliza de runas inglesas, letras antigas entalhadas em madeira, pedra ou metal, para ilustrar a escrita misteriosa no mapa dos anões.
Uma das ilustrações de Tolkien para o livro |
Tolkien também mostra no livro um outro talento seu: o desenho. Há na obra a reprodução de vários desenhos feitos pelo próprio autor para ilustrar seus livros, além de mapas que ele também gostava de desenhar. As ilustrações são de fato muito belas. A que ilustra o Senhor das Águias é uma das minhas preferidas. Quer saber quem é o Senhor da Águias? Vai ter que ler o livro.
A história de Bilbo é uma daquelas histórias que nos fazem pensar sobre as coisas que realmente têm valor na vida e que de fato tamanho não é documento. Às vezes aquelas pessoas a quem damos menos importância, por parecerem medrosas e pequenas, podem fazer coisas extraordinárias que jamais poderíamos imaginar. Nem elas mesmas.
Se você ainda não leu O Hobbit, fica a dica de leitura. Quem sabe você não se identifica, como eu, com o pequeno Bilbo Bolseiro, e descobre que você pode ser “um sujeitinho impressionável” mas ao mesmo tempo “feroz como um dragão num aperto”?
Sara Maria
É aluna da Faculdade de Letras da UFG
Fã de Tolkien, Chesterton, C. S. Lewis e Jane Austen
Gostaria muito de visitar a casa do Bilbo Bolseiro
Impressionante! Adorei sua resenha. 👏👏
ResponderExcluirObrigada Victor! 😊
ExcluirFico muito feliz por você ter gostado! 😊
ExcluirIncrível como uma história tão complexa surgiu de um momento tão simples. Ainda não tive a oportunidade de ler os livros de Tolkien, mas isso com certeza foi um estímulo. Muito legal que você deixa claro que é a resenha da trilogia e abre espaço pra produção de uma crítica sobre os filmes. Eu acho que seria muito legal que você falasse sobre a adaptação para o cinema, sua visão como fã é relevante - fica a dica. Adorei a resenha, parabéns.
ResponderExcluirVerdade Vitor! Ah, que legal! Fico feliz! Leia mesmo! 😊
ExcluirTá bom! Vou fazer sim!
Já dou uma dica aqui. Procure pelas Cartas do Papai Noel. É encantador! Vou fazer uma resenha sobre ele também! 😊
AAAAAH SARAH! AMEI AMEI AMEI 1000 VEZES
ResponderExcluirParabéns pela resenha, a obra é incrivel, Tolkien maravilhoso e você foi brilhante!!!
Muito obrigada! Fico feliz que tenha gostado! 😊
ExcluirVerdade! Também acho! 😊 Tolkien é muito bom! 😊
Nem tenho palavras pra descrever ele rsrs 😊
ExcluirQue lindo!!! Ótima resenha.
ResponderExcluirDeu vontade de ler Hobbit de novo.
Parabéns Sarinha! 😍😍😍
Obrigada Lidinha! 😊 Fico feliz que tenha gostado! 😊
ExcluirEu também quero ler de novo rsrs
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa, ficou muito bom! Cada detalhe que você trouxe sobre o autor, sua vida e um pouco de sua obra, fez a gente querer lê-lo também. ^^
ResponderExcluirParabéns!!
Muito obrigada Danilo! 😊
ExcluirFico feliz que tenha gostado e que o tenha motivado a ler. Espero que goste também! 😊
Que bacana, Sara! Ótima resenha! Ainda não li o livro, mas me senti motivada a ler! Parabéns mesmo!
ResponderExcluirObrigada Lorena! 😊
ExcluirFico feliz que você tenha gostado e que a tenha motivado a ler! 😊
Espero que goste também como eu! 😊
Uauuu! Tolkien é fantástico mesmo!!!
ResponderExcluiramei muitoooo! Tolkien é maravilhoso <3
ResponderExcluirSem palavras! A melhor de todas as resenhas! Quase me senti assistindo o filme novamente, rs. Completa com várias imagens e links que possibilitam uma exposição completa ao objeto da resenha. Possivelmente, a próxima adaptação para os cinemas ou televisão será de O Silmarillion, uma das mais, se não a mais importante do universo criado por Tolkien.
ResponderExcluirMuito legal sua resenha.O Bilbo,pelo menos pra mim,é um dos protagonistas mais legais da literatura,a maneira como ele evoluiu durante a narrativa é muito interessante de se acompanhar,pois,assim como você comenta,a princípio ele parece ser só um pequenino Hobbit,mas ao poucos ele vai mostrando a sua coragem e força,conquistando o respeito de todos ao seu redor.O livro também pode ser visto sobre como o dinheiro e o poder podem corromper o ser humano,assim como acontece com Thorin,mas não com Bilbo.Muito legal você falar sobre a vida e as habilidades de Tolkien,os desenhos do escritor são muito bonitos mesmo.Em suma,gostei muito de ler a sua resenha,me deu vontade de reler o Hobbit pela terceira vez.
ResponderExcluirRealmente uma trama incrível, uma resenha que a representou com categoria. Amei, parabéns!
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