terça-feira, 6 de junho de 2017

Resenha Crítica (Filme): "Circle"

"Circle" da sobrevivência


"Circle" é um filme de baixa produção e com um elenco simples, mas que chama a atenção para seu tema de discussão. Dirigido por Aaron Hann e Mario Miscione, feito a partir da websérie "TheVault", também dirigida por eles e lançado em 2015, o filme em questão traz a tona o comportamento humano na sociedade, frente a uma situação de vida ou morte.

Inicia-se com 50 pessoas reunidas em uma sala, organizadas em círculo. Ao desenrolar do roteiro, os personagens percebem que a cada dois minutos uma pessoa morre e que a decisão de "quem será o próximo?" está nas mãos de cada um dos que estão ali. Isto é, "o próximo" é aquele que obtiver a maior quantidade de votos. A partir dessa descoberta começa a discussão.


Quem deve morrer? Por que eu não posso morrer? Acusações, julgamentos e justificativas são lançadas a todo momento e o próximo a morrer é escolhido a partir de estereótipos e preconceitos, influenciados por valores culturais, sociais e pessoais. Nacionalidade, etnia, crença, orientação sexual, idade, classe social, profissão, dentre muitos outros aspectos, são levados em consideração para que assim, a escolha seja feita.





É perceptível a alienação que muitos acabam sofrendo – mesmo que inconscientemente – em busca da sobrevivência, para isso, eles ficam a espera de um líder e sempre estão trocando essa liderança . Destaco então, uma das críticas que pude perceber: O instinto do ser humano. Um animal que, assim como todos os outros, em situações extremas, faz de tudo para não morrer. Entra nos lugares mais escuros buscando um escape, um esconderijo. Busca a sobrevivência.

"Circle" busca fazer uma crítica aos pré-conceitos da sociedade, juntamente com a crítica direta ao juízo de valor do ser humano e a hipocrisia desse ser que, em geral e de forma errônea, se considera "mais evoluído". Entretanto, em situações de vida ou morte tem seu instinto animal claro.

O círculo da sobrevivência é então composto de ações que são consequências de um instinto. No caso do ser humano, um ser racional, porém não o "mais evoluído", temos a alienação, a hipocrisia, o preconceito social (que busca justificar a escolha) e a manipulação.


Por fim, o tempo de escolha é pouco e por isso as superficialidades e a fraqueza dos argumentos são justificadas. O final do filme deixou muitos um tanto confusos, mas acredito que a criação de hipóteses que buscam explicar esse fim é fundamental e assim, a discussão é transferida das telinhas para uma sala de aula, um vídeo chat, uma palestra, ou até mesmo um post nas redes sociais.

TRAILER - "CIRCLE"



 L.S
Lorrainy Santos
Acadêmica do curso de Letras
Universidade Federal de Goiás (UFG)

3 comentários:

  1. Gente, como assim?? Vou ver esse filme agora!

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  2. Cinema independente? Adoro. Bem underground. Concordo com o que você disse ao final do texto sobre trazer a discussão do filme para nossa realidade. Muito bom, até passou o link. ( aplausos )

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