quarta-feira, 14 de junho de 2017

Resenha - Sgt. Pepper's Lonely Heart Club Band



Em 01 de junho de 1967, os Beatles estavam lançando o que seria um dos álbuns mais importantes da história da musica pop: o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, produzido em um cenário de revoluções e mudanças do comportamento jovem e no mundo musical, onde a banda influenciou e também foi influenciada.
The Beatles, formada em 1962, em Liverpool, por Ringo Starr, George Harrison, John Lennon e Paul McCartney, inicialmente recebeu referências do Rock and Roll da década de 1950, feito por Elvis Presley, Little Richard e Chuck Berry. Com o amadurecimento musical, a banda foi assumindo outros gêneros, como o rock psicodélico e o folk, com influências vanguardistas e da música clássica. 
O álbum nasceu da brilhante ideia de Paul McCartney de assumirem a imagem de uma outra banda, um alter ego. Assim, pela primeira vez, os Beatles apareceram de bigodes e com uniformes coloridos de banda militar.  Criaram então o conjunto fictício: Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band, que em português seria “A Banda dos Corações Solitários do Sargento Pimenta”. Percebemos isso logo na capa, feita pelo pop-artista britânico Peter Blake. Colorida e chamativa, a capa mostra o grupo de uniformes militares em um jardim, como se estivessem se apresentando ao ar livre, e atrás deles, uma grande plateia. A plateia é formada pelas imagens das pessoas que tiveram uma grande importância na formação pessoal de cada beatle. Entre elas estão Albert Einstein, Bob Dylan, Karl Marx e Edgar Allan Poe.
Com essa ideia, o Sgt. Pepper foi produzido para simular uma performance ao vivo da banda fictícia . A faixa de abertura, que possui o mesmo nome do disco, além de ter sons de aplausos e ruídos que se parecem os de instrumentos sendo afinados, apresenta o conjunto ao ouvinte como se estivéssemos realmente num concerto.
 A letra diz: “We're Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band/ We hope you will enjoy the show”, que em português seria: "Somos A Banda do Sargento Pimenta de Corações Solitários/ Esperamos que gostem do show", essa canção aparece de novo como a penúltima faixa do álbum, porém com uma alteração na letra: Somos a banda do sargento pimenta de corações solitários e esperamos que você tenha apreciado a apresentação/Nós sentimos muito, mas é hora de ir” como se o conjunto estivesse se despedindo do público.

 O conceito de ser outra banda provavelmente surge da insatisfação dos Beatles em serem os próprios Beatles. Em 1966, eles haviam passado por momentos conturbados. Não queriam mais fazer shows, pois a gritaria das fãs era tanta que os músicos nem conseguiam se ouvir. Além disso, a declaração de John Lennon sobre o cristianismo causou muita polêmica, e críticas negativas surgiam por toda parte. Cansados, o quarteto resolveu sumir da mídia e dos palcos, assim poderiam se dedicar integralmente ao novo álbum. 



O que nos surpreende é a evolução tão radical e em tão pouco tempo. Os Beatles não eram mais aqueles mocinhos de terno que cantavam sobre o amor juvenil. Eles haviam amadurecido. As letras, passaram a ter temas mais profundos e reflexivos, e os arranjos eram  mais  trabalhados  e complexos. Essa mudança começa no álbum Rubber Soul, de 1965. Nele, o conjunto foi fortemente influenciado pelo The Freewheelin’, o segundo disco de Bob Dylan. Em próximo álbum, Revolver, de 1966, percebe-se a evolução gritante do quarteto. Com referências psicodélicas, começa então a fase onde eles experimentam, juntamente com as drogas, novas possibilidades de gravação e novos  instrumentos.



No Sgt. Pepper a banda chega ao auge de seu experimentalismo e criatividade. Entre as treze canções que mais representam, temos: A psicodélica “Lucy in the Sky with Diamonds”, composta por John Lennon apresenta letra surrealista inspirada em um sonho e um desenho de seu filho Julian. “She’s Leaving Home”, narra a historia de uma garota que foge de casa. Paul McCartney teve a ideia da letra após ler uma noticia do jornal. Para gravar esse belíssimo arranjo, foram usados apenas instrumentos de orquestra, o que não era comum em uma banda de rock.Fascinado pela cultura oriental, George Harrison compôs “Within You Without You”. Foi gravada com alguns instrumentos indianos, como a cítara e a tambura, juntamente com violinos.“Lovely Rita” é sobre uma guarda de transito. Nessa musica o quarteto usa pente e papel para fazer sons de chocalho. Na agitada “Good Morning Good Morning”, Lennon se inspirou em um comercial de cereais para fazer a letra. Na musica foram usadas fitas gravadas com sons de animais. “A Day In the Life” é a canção que fecha o álbum. A faixa foi colocada depois da reprise de despedida da banda do Sargento Pepper. Uma das musicas mais importantes do álbum, A Day in the Life é como se fosse o “bis” do show. No meio da musica ouvimos um grande ruído feito pela filarmônica de Londres, onde os músicos começavam tocando a nota mais grave dos seus instrumentos e iam crescendo para a nota mais aguda e no volume mais alto. Isso causou um efeito grandioso na música.

15 comentários:

  1. Ficou muito boa sua resenha! Parabéns! 👏👏

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Parabéns Giovanna. Gostei muito de você ter destacado a evolução da banda de um álbum para o outro e as imagens contribuíram muito para sua resenha: o contraste criado entre Os beatles e Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band. Já estou ouvindo.

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  4. Parabéns! Adorei a resenha e o assunto. Escreve muito bem!

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  5. Muito boa resenha Giovanna! Como o Vitor disse, a forma como construiu, as figuras, tudo muito bem encaixado. 😊
    Eu não sou muito fã dos Beatles mas a resenha ficou muito boa! 😊👏🏻

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  6. Muito boa a resenha,não escuto a banda mas gostei de aprender sobre seu começo e sua evolução ao longo do tempo.

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  7. Adoreeeeeei!!!! Parabéns Gi, ótima resenha, Beatles sendo Beatles né <3

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  8. Tinha que ser uma resenha relacionada a música ne!? Ficou sensacional, tens muito talento viu.

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  9. Nossa, gostei muito da sua resenha. Música e escrita são coisas sensacionais. Parabéns!

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