quarta-feira, 14 de junho de 2017

Paper Moon


                       Paper Moon (1973)

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      Paper Moon é um filme dirigido pelo cineasta Peter Bogdanovich no ano de 1973, e apesar da época, foi filmado em preto e branco. Bogdanovich nasceu dia 30 de julho de 1939, em Kingston, EUA. É diretor, produtor, crítico e historiador de cinema e um importante realizador do movimento chamado "Nova Hollywood".
      A história se passa no ano de 1936 e tem como cenário a pobreza vivida durante a grande depressão, no oeste dos Estados Unidos. O longa possui roteiro adaptado do livro “Addie Pray” do escritor Joe David Brown, porém teve seu título modificado para o nome de uma famosa atração em festas, parques e circos de antigamente, as famosas luas de papel, enormes luas crescentes com rosto, onde as pessoas se sentavam para tirar foto, presente em um momento importante da relação dos personagens.

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Cartão postal de Addie para Moses.
                         
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As famosas luas de papel utilizadas em cartões postais românticos.
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Com um aspecto sempre romântico e sonhador, as luas de papel eram muito utilizadas.
                                                          

        Há dois personagens principais, Addie Loggins, uma menina que é sempre confundida com um menino, por causa de sua aparência e Moses Pray, um vendedor de bíblias para viúvas. Eles se conhecem no enterro da mãe da jovem Addie, que a partir de então está sozinha e só possui a casa de sua tia em outra cidade para morar. Moses por ser o único amigo da mãe da menina é quase obrigado a levá-la até sua tia, porém no meio do caminho ele vai até o irmão do homem que matou a Senhora Loggins, e escondido de Addie, consegue 200 doláres após subornar tal homem, porém sem que Moses perceba, ela ouve toda a conversa e é aí que a história dos dois começa, já que Moses gasta todo o dinheiro com acessórios para o seu carro, e Addie afirma que esses 200 dólares são seus por direito e que não vai embora até ter esse dinheiro, além de afirmar que Moses é seu pai, por possuírem o mesmo queixo. A partir daí começa uma longa viagem pelo oeste, Addie e Moses partem aplicando um golpe inventado por ele, vender bíblias para viúvas e assim conseguem juntar dinheiro.
   O filme trata de vários assuntos, mas o principal é a relação de pai e filha construída na trama, apesar de Moses ter seu jeito seco e insatisfeito com a vida, e Addie ser uma menina precoce com personalidade forte, podemos ver o afeto, mesmo que quase nunca demonstrado, surgir entre os dois, e um desses momentos é quando Addie convida Moses para tirar uma foto na lua de papel do parque de diversão e ele nega, deixando a menina bastante triste e desapontada. Outro momento tocante é quando os dois vão à uma barbearia e o barbeiro pensa que Addie é um menino, e isso a deixa bastante triste, até que Moses, em uma das únicas cenas de afeto entre os dois, diz a ela que não tem nada de errado com sua aparência, e que ela é tão linda quanto sua falecida mãe.   


                                      
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       E é por isso e outros motivos que Paper Moon é um filme bastante emocionante, que vai muito além de uma simples comédia hollywoodiana. Com seu cenário simples, até pobre, mostra diferentes realidades vividas durante a grande depressão, desde pessoas ricas e casas luxuosas até pessoas na condição de miséria tendo que abandonar suas terras em busca de uma vida melhor, mas principalmente a vida de um golpista que se depara com a possibilidade de ser pai, o que nunca é esclarecido até o fim do filme, e que não vai importar muito já que o relacionamento deles vai muito além dessa desconfiança. E um fato curioso é que essa relação não fica só no cinema, já que os personagens são pai e filha na vida real, os atores Ryan O'neal e Tatum O'neal, impressionam com uma das melhores interpretações do cinema, fazendo Tatum ganhar um oscar com apenas 10 anos e se tornar até hoje a criança mais jovem da história a levar o prêmio.

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Tatum O'neal com sua estatueta pelo seu papel em "Paper Moon", no ano de 1973.
                                    

         Outro ponto importante é que Bogdanovich dispensou o uso da cor na filmagem do filme, enquanto a maioria dos longas produzidos na época já utilizasse esse recurso, afirmando que filmar em preto e branco seria melhor para os espectadores prestarem mais atenção na sua história e não ficarem presos somente na fotografia e elementos estéticos, além da sua trilha sonora, com músicas sempre animadas, expressando felicidade da dupla a cada quantia de dinheiro conseguida, durante suas viagens em carros diferentes com a câmera estática posicionada sempre de maneira que mostre os dois, e suas expressões faciais a cada golpe dado. Todos esses elementos são muito importantes e caracterizam o filme, o tornando um clássico do movimento cinematográfico chamado Nova Hollywood, e contribuindo para ser a maravilhosa obra que é.

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Tatum O'neal e Ryan O'neal após mais um golpe dado.
                       

                                                 

7 comentários:

  1. Pisa menos, Lara, eu te imploro!!! Vou assistir esse filme ainda hoje.

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  2. Muito legal Lara! 😊
    Gostei muito da sua resenha! A forma como escreveu e achei muito interessante o filme. Eu não conhecia. Vou procurar assistir. 😊

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  3. MARAVILHOSA!!!!
    Achei incrível e estou louca pra assistir o filme, pisa menos no meu coração Lara

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  4. Você me deixou louca para ver esse filme!!!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Assista nesse site: https://bmovies.is/film/paper-moon.n39wk/0xw7zr

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