sexta-feira, 29 de julho de 2016

Alfredo, o que aconteceu?


    Era uma sexta-feira, dia 14 de julho de 2016. Duas mulheres estavam a conversar, falavam de seus problemas e também de suas amizades. De repente, Renata falou: Não Joana,aquele cafajeste só pode estar me traindo! Mas rápido que pudesse imaginar Joana respondeu: Talvez não seja isso Renata, ele tem suas, ele também precisa viver sua vida. Renata balançou a cabelo como se estivesse rejeitando e começou a contar.

    Nosso casamento continuava o melhor, eu via em seus olhos um desejo inigualável de continuar vivendo aquela vida a dois. Os anos foram passando, tivemos dois filhos, o melhor presente que aquele cafajeste um dia poderia ter me dado. Há um mês ele tem mudado, ele não me olha com o mesmo desejo, parece pensar em outra pessoa. Por isso decidi investigar.

    Quarta-feira às 18h40min, foi quando Paulo falou que iria para o futebol, falou que se juntaria com seus amigos e depois do jogo tomaria uma cerveja. Deixei de acreditar naquela conversa a algum tempo, então decidi segui-lo, eu tinha que descobrir o que ele aprontava toda noite de quarta-feira.

    Paulo pegou a rua 73, aquela não era a rota que tomara, pois, o campo localizava-se do outro lado, no fim da rua 75. O carro parou, de repente aparece uma mulher, e...

   Antes que Renata terminasse de contar sua história ela viu seu marido na rua, e do meio da rua gritou: Espera, Joana, aquele não é o Paulo? Ali, desgraçado, aquela é a mulher que eu estava falando, agora ele me paga. Pare esse ônibus.

   De imediato o motorista parou, pensara que alguém estava morrendo, pelo tom de voz. Então Renata desce do ônibus, furiosa, pronta para matar como qualquer outra mulher que está com o sangue nos olhos. De longe Renata grita: Desgraçado, quem é essa vagabunda? Correndo em sua direção.

    Paulo apenas sorri e dá um abraço em sua esposa. Claro que Renata não aceitaria assim, ela lhe enche de tapas, socos e pontapés. Paulo então lhe abraça mais forte, e com a voz calma pedi para que ela se acalme, promete a mesma uma explicação, e que ao entender tudo ficará bem.

   - Na verdade, é aqui que eu fico, minha casa é logo ali. Foi um prazer Marcelo, passa lá em casa, até.

    - Mas Alfredo, o que aconteceu? ...

terça-feira, 26 de julho de 2016

Tron : The Legacy

O ser humano entra no ambiente digital

"The grid, a fronteira digital. Tentei imaginar Bits de informação enquanto estes se moviam no computador. Com o que eles se pareciam? Naves? Motos? Os circuitos são como auto estradas? Eu continuei pensando em um mundo que nunca veria. E então, um dia... Eu entrei"
Com essa pronuncia se inicia o filme Tron: O legado (Tron: Legacy, 2007). O filme do estilo Cyber Punk é a sequência do originaç "Tron: Uma odisséia eletrônica" de 1982 em que narra a sobrevivência de um humano em ym universo digital.


Sobre o Cyber Punk

As temáticas abordadas pelo cyberpunk são variadas, muitas vezes questiona valores, criando-se assim variadas discussões filosóficas e propondo questionamentos profundos sobre o que é a vida, o que nos difere de uma máquina, e quais os limites morais da evolução.

Menções Honrosas de  filmes:
  • Blade Runner (1982);
  • Minority Report (2002);
  • The Matrix (1999);

Sobre o filme:

Tendo um ar de epopeia grega, o filme começa quando o jovem milionário Sam Flynn, recebe uma mensagem de seu pai a muito desaparecido. No decorrer da trama, o protagonista acaba sendo digitalizado e se encontra dentro da rede digital, onde tem de duelar contra programas para poder manter a própria existência.

Fritar dos ovos:

Será que Flynn conseguirá encontrar seu pai? Ele sobreviverá? No filem é o que menos importa, assim como em Avatar (2009) de James Cameron, o filme se propõe a ser um espetáculo visual, com cenas de perseguição eletrizantes mesclado a um visual singular.
Contendo desde corridas com motos de luz à batalhas com os discos de energia, Tron: O legado, demonstra ser exuberante aos olhos dos apreciadores do gênero.

Trilha sonora: 

Outro ponto de destaque do filme é a presença dos músicos do Daft Punk orquestrando a trilha sonora da película. Com uma trilha sonora composta por mais de 100 minutos, duas faixas memoráveis são "Drezzed" e "The son of Flynn"








Por: Ítalo de Andrade Soares
O que for para ser, será!

   Estava eu dentro do ônibus voltando para casa cansado após passar a manhã toda procurando emprego, distraído e sem muita convicção de que alguma empresa me contratasse, sento ao lado de uma senhora que do nada me pede ajuda para encontrar um lugar que eu nem me recordo o nome, mas também não saberia informar. Digo que não sei onde fica o tal endereço, quando escuto uma voz de um passageiro atrás de mim que consegue ajudar a senhora a chegar ao seu destino, não estava tão longe do local onde a rota do ônibus passara, fiquei muito feliz em ver alguém tão atencioso e disposto a ajudar nessa causa nobre.

   Eu apenas sorri para o rapaz com um ar de contente pela boa ação que ele acabara de fazer, após a senhora descer no seu destino o rapaz puxa assunto comigo, achei estranho, fiquei sem ter o que dizer. Na verdade nem lembro o que exatamente ele me disse, eu estava com a cabeça cheia de pensamentos, parecia que eu ainda estava na sala de entrevista aguardando minha vez, mas ele voltou a conversar e eu resolvi prestar atenção no que dizia. Ele apenas me perguntou se eu conhecia o centro da cidade, eu respondi que muito pouco, somente os principais pontos conhecidos, na verdade nem isso direito.

   Respondi que não tenho costume de andar de ônibus no centro da cidade, pois sempre que precisava minha mãe me levava de carro, mas dessa vez eu estava sozinho na minha busca por um emprego, meu primeiro emprego. Toquei nesse assunto de que eu tinha acabado de sair de uma entrevista e não estava satisfeito com meu desempenho, dava para perceber a minha cara de pessimista.

   O rapaz tentou me consolar dizendo uma frase clichê, mas que no momento se encaixou como uma luva - "o que for para ser, será!" eu sorri e agradeci pela a mensagem que, de alguma forma mesmo que simples, me tocou. Percebi que são pequenas coisas, pequenos gestos do nosso dia a dia que às vezes não paramos para enxergar o quanto são valiosos, o rapaz desceu do ônibus, mas a frase mesmo que já ouvida antes ficou retumbando na minha cabeça: "o que for para ser, será!".

Por: Soares,K.W.S

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Luan e Santana, no bar


                Aviso: a narrativa a seguir exige a precisa identificação de elementos irônicos e sarcásticos para sua plena compreensão; Não possuindo esta habilidade, leia o texto com o auxílio de alguém que a tenha. 

                Goiânia, 2016
 
                Sexta-feira, seis horas da tarde. Decretado o início do final de semana, e como de tradição, saio do trabalho em disparada, como um cão que corre pelo quintal quando solto pelo dono. Bar de sempre, Jack Daniel’s no copo, Marlboro vermelho na boca, Rock na vitrola – momento de pura meditação.

                Tiram-me do meu estado iluminado, entretanto, dois jovens conversando, às gargalhadas na mesa ao lado. Pessoas estranhas ao local, aparentando ter algo em torno de 20 anos de idade, e que, pelas roupas, cabelo, e comportamento, estariam muito mais em casa em uma dessas boates sertanejas onde se paga R$ 100 reais para entrar (os homens, apenas), segurando em uma mão um copo de vodka e uma latinha de energético.

Pela cidade


Em muitas das minhas andanças, já vivenciei diversas situações inusitadas, tanto no transporte coletivo, quanto nas ruas das cidades. Relatarei aqui, o último ocorrido que me recordo.






          Duas senhoras esperavam o coletivo em uma avenida no centro da cidade. Uma carregava sacolas de compras de uma loja qualquer do centro, agarrada a sua bolsa de uma forma superprotetora. Essa senhora se portava um tanto quanto inquietamente por ter ouvido no noticiário local que o centro estava muito perigoso. Sua companheira, ligeiramente mais nova, se portava de forma tranquila, fumando seu cigarro barato, pensando talvez no filho e em sua família.
Ambas estavam ao relento da noite em plena avenida, apenas esperando o coletivo da rota 170 chegar. A senhora das sacolas, provavelmente incomodada com o cheiro do cigarro de sua colega de banco, se retira momentaneamente do seu posto para se aproximar da avenida, como se fosse para averiguar se aquilo que esperava estava próximo de sua chegada. Decepcionada como de costume com o transporte coletivo, a senhora percebe que sua companheira havia terminado seu cigarro, e logo a senhora das sacolas retorna a seu lugar.
          Um celular toca, ambas se entreolham, com o olhar de questionamento para descobrir de quem era aquele aparato tecnológico. A fumante soluciona a dúvida falando "é meu", logo atende o celular e se afasta um pouco para poder falar. Enquanto isso, a senhora das sacolas, observa a rua,  como se procurasse um motivo para se por preocupada por sua segurança, muito aflita para poder aproveitar os ares noturnos, ela retira seu celular para ver as horas, e torna a fitar a fumante. A senhora fumante retorna ao banco e se põe a cantarolar uma canção. Após um breve intervalo, o ônibus sinaliza sua presença no final da rua, sendo o único farol da rua. Ambas as senhoras se preparam para subir no veículo, levantando-se e se aproximando da margem da avenida. A senhora das sacolas, se põe aliviada, acreditando estar segura, ao menos enquanto estivesse dentro do coletivo. Todavia, não tarda a acontecer o impensável, um novo indivíduo adentra o cenário, um homem jovem trajado de bermuda sandálias e uma regata. Como um antagonista do coletivo, começa a correr em direção as senhoras. A senhora das sacolas, se põe em alerta instantaneamente, o coração dispara, e começa a olhar de um lado para o outro, tentando calcular qual dos protagonistas conseguiria chegar primeiro nela e em sua companheira. Quanto mais o ônibus se aproximava, mais rápido o jovem corria... Para o desespero da senhora das sacolas, quem chegou primeiro a elas foi o jovem. Neste momento, a senhora das sacolas aperta sua bolsa como se aquilo valesse a vida dela, arregala os olhos enquanto seu coração disparava. Nesse breve momento de torpor, o ônibus chega ao destino, a senhora sai correndo para dentro do ônibus em desespero, quando adentra o ônibus, ela vê o jovem ofegante pedir a benção a sua mãe, para que assim pudessem entrar no ônibus. O motorista, foi o único a perceber tais acontecimentos. A viagem terminou sem mais acontecimento calorosos.

Medo de Reencontros

Estava eu há mais de meia hora na sala de espera de um consultório médico, quando chega mais uma paciente, e antes que ela possa se sentar é surpreendida por uma mulher, que estava saindo do banheiro:

- Márcia! Oi, menina!
- Oi...
- Lembra de mim?
- Ahmm... (A confusão estampada no rosto da mulher)
- Ariane! Da 7ª série! A gente andava sempre juntas na escola. Lembra? E quando chegávamos em casa, ainda passávamos horas falando ao telefone!
- Ariane! Desculpa! É que eu só estudei um ano naquele colégio e a gente nunca mais se viu. Eu tava lembrando de você dia desses, não sei como não te reconheci. Na verdade, você não mudou nada.
- Pois é... E o que você fez da vida? Casou? Eu casei. Ó o anel.
-  Parabéns... Eu não casei. Na verdade eu tô cheia de projetos, casamento ficou pra depois, quem sabe.
- Ah, que pena... Logo você que tinha o sonho de casar.
- Não é pena... A gente muda de ideia, né? E eu tô ótima. (Do outro lado da sala, eu podia sentir a atmosfera embaraçosa daquele encontro.)
- Virou médica como você queria?
- Haha... também não. Acabei me envolvendo com produção cultural, fiz uns curtas... Tenho uma banda também, você já ouviu falar em...
- Sério? Que maluquice! Quem diria? Você parecia ser tão centrada. Já eu to advogando no escritório do meu marido. Aliás, sabe quem é ele?
- Quem?
- Lembra do Rafael da 7ªB?
- Nossa, aquele Rafael que a gente detestava?
- Haha. Mas ele é um marido maravilhoso sabia?
- Que bom. Fico feliz por você. (Dava pra perceber que se um dia as duas foram inseparáveis, agora já não tinham muito em comum.)
- Por que a gente não se encontra qualquer dia desses? Vamos pôr a conversa em dia e lembrar da época do colégio. Qual é o seu whatsapp?
- Ó, chegou a minha vez de consultar. Foi ótimo te ver. A gente se fala.

Será? Provavelmente elas trocariam algumas mensagens mais tarde, e depois nunca mais se falariam.

É estranho como algumas pessoas quando as encontramos anos depois, é como se as tivéssemos visto um dia antes, por mais que elas tenham mudado. É sempre uma felicidade reencontrar essas pessoas. Enquanto com outras, a sensação é estranha, o distanciamento foi além do temporal, e essas pessoas ficaram quase irreconhecíveis. E por melhor  que sejam as memórias que tenhamos delas e de uma certa época, nenhuma nostalgia é capaz de fazer com que nos reconectemos.

Não sei dizer se isso é triste ou se é bom. Talvez seria melhor se nossa última lembrança delas fosse aquele quadro antigo na galeria da nossa memória.


sábado, 23 de julho de 2016

105

Ainda era cedo e o frio soprava em nossas canelas. A luz nos cegava, fazendo arder em nossos olhos o cansaço. Em meio ao ruído uma voz se destacava: “Não acredito que perdi o ônibus, vou me atrasar...”, dizia assim a mais humilde criatura, que em muitos despertava pena e desprezo.  E não se calava: “Agora é o ônibus! Não, não é...” Uma ou duas pessoas sorriam, mas a maioria manteve o semblante enrugado, talvez pela luz, talvez pelo silêncio rompido. A criatura continuou: “Não acredito! Esse ônibus demora demais!” Aos poucos despertava empatia em nós, e um ínfimo sorriso acalmou a minha franzida testa. Minutos depois todos já compartilhavam sua angústia e, esperançosos, ouvíamos a criatura com atenção: “Agora é, agora é!.... zero zero cinco... tsc!”
Ela, por sua vez, ria de todo o seu desvalimento, e fazia questão de expressar pela fala o seu anseio: “Vai virar um ali, agora deve ser ele!... tsc... Meu patrão vai chamar minha atenção de novo!” O tempo se mostrava hostil, e cada segundo se mostrava hostil, desmanchando todas as suas linhas percorridas pelo riso. E então sua voz soou desanimada, como a gasta fumaça que dos escapamentos esvaecia no ar: “No primeiro dia de trabalho cheguei às nove horas, ele chamou minha atenção e falou que se no primeiro dia cheguei com uma hora de atraso, imagina nos próximos dias... Vou ter que correr quando descer no ponto!” A luz que iluminava sua agonia foi interrompida por uma grande sombra. Um esguio sorriso surgiu em seus lábios, deu largos passos e empurrou os que estavam a sua frente. Subiu os poucos degraus como uma noiva sobe ao altar. O desespero a traiu; a pobre criatura entrou no cento e sessenta.



Hellen Lopes de Carvalho, graduanda de Letras-Espanhol na Universidades Federal de Goiás - UFG

sexta-feira, 22 de julho de 2016

A crônica que meu player não reproduziu

     Esse semestre recebi a tarefa mais difícil da minha vida, escrever uma crônica sobre uma conversa ouvida no ônibus. Mas como cumprir a tarefa se estou sempre acompanhada do meu melhor amigo, meu fone de ouvido? É ele quem salva meu bom humor todos os dias, sem ele eu estrangularia todos os passageiros. Eu faço tudo ouvindo música e todas as manhãs meu humor vai de péssimo a assassino, e é por meio da música que encontro meu caminho de volta para a vida social, porém fiz um compromisso comigo, eu ia superar meu mau humor e cumprir minha tarefa com glória. Estava pronta para a guerra! o/

Dia 1: Eita! Eu tinha que ter tirado os fones!

Dia 2: Hoje não, preciso me recuperar da seleção de trechos de ontem! 

Dia 3: Que gritaria, por acaso tem alguém morrendo? Preciso aumentar o volume!

Dia 4: Ai credo! Até com os fones eu já quero estrangular eles!

Dia 5: Hoje não, finalmente terminei de baixar a discografia completa da Britney. 

Dia 6: Oops!...I did it again I played with your heart, got lost in the game. Oh baby, baby! Oops!...you think I'm in love... 



Dia 7: Que povo barulhento! Eles acham que estão na casa da mãe Joana? 

Dia 8: Mas eu descobri uma banda nova ontem e eles são tão legais. *-* Não quero! :'(

Dia 9: Ai, ai... Eu tenho prova hoje, preciso relaxar!

Dia 10: Professora pergunta: Já postou a crônica?
Eu: Então...

     O desfecho da minha jornada foi que eu descobri que ainda não estou preparada para abrir mão dos meus fones. Passei muito tempo longe das conversinhas de ônibus e me tornei completamente dependente da minha música. Então senhor ladrão, por favor, nunca leve meu celular, eu preciso dele para sobreviver nessa selva que é o ônibus, não consigo lidar com a algazarra que os alunos fazem, ou com as histórias das aventuras sexuais alheias (quem nunca ouviu o relato de um momento íntimo no ônibus?), ou de como a filha de fulano anda aprontando, enfim, toda conversa que não é comigo, pois conversa legal no ônibus? Só aquelas que eu participo. 

*Todos os gifs foram encontrados no tumblr através das tags: #hwaiting, #oopsididitagain e #cry.

COSTA, Ludimila M. Aluna do curso de Letras – Inglês da FL/UFG.

A farsa da vovó

                                                     

Em uma das minhas idas e vindas no 004 encontrei duas senhoras, ambas estavam numa disputa acirrada de quem era a melhor avó. Dona Creuza disse à Dona Amélia: 
- Ontem no aniversário do meu neto fui na casa dele e levei ele no melhor shopping e fiz tudo o que ele quis.
Dona Amélia: - No do meu neto, eu também levei ele no melhor shopping! Comprei só roupa boa pra ele, porque roupa de shopping dura mais e paguei caro por elas. 
Dona Creuza: - Pois eu também! Comprei dois moletons, 2 calças jeans, 1 sandália e 2 tênis. 
Dona Amélia: - Hahaha. Eu comprei tudo isso e ainda comprei um perfume pra ele e ainda deixei ele comer o que ele quisesse. 
Dona Creuza: - Eu levei o meu no McDonalds e comprei 3 mclanche feliz só pra ele ter os brinquedinhos. Ah, ainda levei ele na brinquedoteca!
Eis que um homem pede uma informação pra elas e faz com que a disputa amenizasse. Depois do homem sair, elas voltam a conversar: Dona Creuza: - Menina, e essa crise? 
Dona Amélia: - Difícil né? Minha aposentadoria ainda não saiu e estou sem dinheiro pra nada, desde ano passado. Ainda bem que tenho meus filhos maravilhosos, que estão me sustentando. 
Dona Creuza: Faz muito tempo que eu não tenho dinheiro pra nada. Estou economizando horrores. Ainda bem que meu filho recebe muito e está me ajudando.
{O telefone de Creuza toca!}
-Alô, oi meu filho, estou no ônibus. O quÊ?Nasceu meu primeiro neto? {grito} Já estou chegando, até mais! 
Dona Creuza se despede e desce no ponto seguinte. Eis que Dona Amélia vira e pergunta pra mim:       - Querida, onde fica o melhor shopping mesmo? 


Susanna Lourenço Cunha, graduanda em Letras-Espanhol na Universidade Federal de Goiás - UFG

Entrelinhas

Uma tarde normal, entrei no elevador. O único de um prédio de quinze andares com quatro apartamentos por andar. Mais uma vez, a mesma reclamação... “Esse elevador é realmente muito lento. Vamos sofrer até que a reforma do outro acabe.” Saí, o dia não tinha acabado, e quando, por fim, voltei, a reclamação de novo. “Até quando vamos ter que lidar com a lerdeza desse elevador? São dez segundos para parar no andar, mais cinco para abrir a porta...”. Então, refleti. Talvez o mundo esteja corrido demais para abrir os olhos e enxergar os que estão em volta. Talvez o mundo esteja mesmo tão monótono que esperar segundos a mais no elevador com alguém seja assim tão incômodo. Talvez enxergar o próximo seja mesmo tão difícil. Parei pra pensar, e, sabe, esse cotidiano é meio confuso. Segundos voam no trabalho, mas estar no elevador por mais tempo parece eternidade. Notei que se tentasse estabelecer algum tipo de comunicação com alguém que estivesse ali, tudo ficaria mais fácil. Talvez um “hoje o dia está quente, não?”, faria com que os segundos passassem mais rápido e não fosse tão complicado esperar. Talvez estar mais atento a quem está ali ao lado, poderia resultar numa boa conversa, futura amizade. Mas o mundo realmente cobra muito, certo? Tempo é dinheiro e segundos custam caro... Até quando? Ver sempre um lado bom no dia a dia é dádiva. O elevador talvez não seja tão vilão assim. Talvez seja uma forma de fazer reviver o conceito de comunidade naquele prédio. Talvez o elevador lento tenha um propósito. Talvez, só talvez.

Laura Pentian, graduanda em Letras-Português pela Universidade Federal de Goiás.


Briga por astros.

Universidade  Federal de Goiás – Faculdade de Letras.
Discente: Matheus Menezes Nunes.
Margareth Lobato – Leitura e produção textual 1 – A.



Crônica.
                  Briga por astros.
    No pátio de uma faculdade, onde havia estudantes dos mais variados cursos, a algazarra era louca , todos conversavam com a voz nas alturas. Contudo, dois rapazes, um chamado Lucas e o outro Gabriel , se destacavam, pois não estavam apenas conversando, estavam quase se batendo. Os gritos chamavam a atenção. Lucas dizia que a Taylor Swift era falsa,mas Gabriel dizia que a Kanye West era o errado da história. Pelo que uma mulher que estava ali perto me contou, Taylor havia sido mencionada e xingada em uma música do West, porém, Kim Kadarshiam havia divulgado um áudio onde o cantor recebia autorização da cantora para mencioná-la em sua música. A cantora, entretanto, alega que não sabia o que seria dito sobre ela. Eu queria poder dizer mais sobre o assunto,  mas não sei. Esses dois estavam com expressões faciais muito sérias e ,conhecendo os dois , imaginei que a amizade iniciada naquele ano após o rompimento do namoro dos dois, acabaria ali. Quem imaginaria que um assunto desses se tornaria motivo para tanto alvoroço?  Certamente, eu não. Mas sem saber muito sobre o assunto, me arrisco a estar do lado da Taylor, eu odiaria que fizessem comigo o mesmo que fizeram com ela.
   Os rapazes, mesmo com opiniões diferentes e com aquele clima tenso por causa da discussão , simplesmente pararam do nada e riram muito, em seguida se abraçaram, mas não deixaram a risada parar. Os dois pareciam muito felizes,  mesmo com a discordância de opiniões. Logo, eles saíram juntos, suponho que iam para a sala de aula .Talvez todos devêssemos fazer assim, discordar mas nunca nos esquecermos dos laços que nos unem.

                                                                                                                                                          Má aluna ou péssimo instrutor?

Não nego gosto muito de andar de ônibus, porque no final do dia sempre tenho histórias para contar. E hoje não será diferente.  Tenho dezoito anos e quero tirar minha carteira de motorista, então me atento sempre às conversas sobre aulas e provas de direção. Nessa manhã, já dentro do ônibus, depois de correr para não perde-lo, ouvi que um casal de amigos conversava sobre Estefania não conseguir tirar sua carteira de motorista e culpar seu instrutor por isso.

 Ela dizia:

-- Eu fiz tudo certinho, só errei uma seta, que esqueci e deixei o carro apagar uma vez, mas só.
-- É pouca coisa mesmo, disse Roberval.
-- E o pior você não acredita, quando fui renovar o pacote de aulas a atendente me disse que deveria fazer tudo de novo, porque o instrutor disse que errei a seta duas vezes, deixei o carro apagar duas vezes e ainda queimei a faixa de pedestres. E continuou: -- Aí, briguei com ela, porque era mentira.
-- E ficou por isso mesmo? Perguntou Roberval.
-- Não, eu disse que não faria tudo de novo, fiz o mínimo de aulas e já marquei a prova.
-- Hum. Roberval não disse muito.
-- Mas ainda bem que já tinha me vingado. Quando ele pediu para eu parar o carro, ao terminar  a prova, logo depois de me encher de reclamações, eu parei o carro de uma forma brusca, que ele deu uma sacudida violenta. Antes de ele terminar a palavra ‘reprovada’ eu já disse o quanto ele era desalmado, maldoso e muito mais.
-- Essas escolas só querem ganhar dinheiro e reprovam atoa. E já fez a outra prova?
--Sim. Fiz com uma instrutora. Ela já é de idade, tão simpática e carinhosa. Quando chamou meu nome estava tão nervosa que não consegui levantar, mas ela veio até mim e me perguntou: -- Por que tanto medo? Não precisa disso. Vamos?
-- Eu fui. Nossa! Como ela me tranquilizou. Fiz a prova bem tranquila. 

Admito estava apreensiva, ansiosa e feliz, porque se ela estava tranquila não tinha motivo para reprovar, mas eu não era a única ansiosa pelo resultado, Roberval perguntou:

-- E passou?
-- Não, respondeu Estefania, depois da prova à instrutora, com toda calma, me explicou o que errei, ela disse que não poderia me ajudar. Agora estou esperando ser chamada novamente. Falaram-me que talvez eu vá fazer com uma instrutora chamada Lucineide e já ouvi falar que ela é chata. Já perguntei se posso recusar fazer a prova com ela.
-- E pode? Perguntou Roberval.
-- Não. Só se eu já tiver feito prova com ela e não é o caso.
  
Chegamos ao terminal e seguimos rumos diferentes, mas já não sabia mais se o primeiro instrutor era mesmo um carrasco.         

Por: Jéssica Gomes Neves.
Graduanda de Letras-Francês/UFG.