Por: Jéssica Gomes Neves
A
história de Lili Elbe, que é transexual, inspirou o livro de David
Ebershoff, sendo adaptado para o filme A Garota Dinamarquesa, com
duração de duas horas e tem seu lançamento no Brasil em 11 de
fevereiro de 2016. Dirigido por Tom Hooper, diretor de cinema,
produtor e roteirista britânico vencedor do Oscar.
O
filme começa contando a história de Einar Wegener, pintor bem
sucedido, casado com Gerda Wegener também pintora, mas não
reconhecida pela sua arte. Certo dia Gerda pede que Einar vista as
meias e calce os sapatos de sua modelo, que está atrasada. Einar se
sente bem com o traje e a partir daí desperta um conflito interno de
identidade, pois Einar se identifica como mulher, independente de sua
condição biológica. Sua esposa, de inicio, apoia, mas ao sentir
que está perdendo seu marido pede que ele abandone Lili (nome pelo
qual Einar se identifica). Com o passar do tempo Einar e Gerda
acreditam realmente que Lili existe e não é uma criação de Einar.
Gerda decide apoiar Einar na transição para um papel social de
gênero feminino.
Eddie
Redmayne , que representa Lili Elbe, desempenha seu papel de forma
incrível, sua desenvoltura na transição de Einar para Lili é
adimirável, seus gestos, seu andar realmente representam a
feminilidade de Lili Elbe;
Alicia Vikander (Gerda Wegener)
também impresciona com sua atuação, conseguindo transparecer os
sentimentos da personagem, tanto o drama de perder seu marido ,quanto
o vigor e coragem de apoiá-lo em sua transição.
O
filme trás a baila a dificuldade de aceitaçãopela sociedade do
homessexualismo e transexualismo, que na época de Lili Elbe,
1882-1931, o preconceito era maior, pois os homossexuais estavam
começando a se estabelecer na sociedade , exemplo disso é uma cena
do filme em que Lili é agredida e durante o período de conflito de
identidade até as cirurgias ela é taxada de “louco” (no
masculino, porque a sociedade o considera como Einar). Ainda hoje o
preconceito quanto a opção sexual é frequente e provoca grande
sofrimento aos homossexuais.
O conflito de
identidade é claro em Einar e por um momento ele mesmo decidi
procurar na medicina uma solução, mas ao perceber que não poderiam
ajudá-lo, decidi assumir a personalidade feminina e fazer as
cirurgias para ser Lili de corpo e alma. De acordo com a psicóloga
Thaiana Brotto, que se dedica a ajudar pessoas homossexuais a
ingressarem na sociedade, a opção sexual de uma pessoa não é
influênciada pelo ambiente, nem por amigos, é algo interno das
pessoas. No filme há uma parte em que Einar conta a sua esposa que
quando criança foi beijado por um amigo, que aparece no decorrer do
filme. Não teria Einar sido influênciado por esse beijo?
A mudança de
sexo trás consequências diversas, não é só a visão da sociedade
que muda em relação a você, mas também muda seu jeito de ver o
mundo, o que pode provocar arrependimento e suicídio. “A
cirurgia não resolveu nada – apenas ocultou e exacerbou problemas
psicológicos mais profundos.”
Esse é um desabafo de um homem que fez a troca de sexo. Antes de
fazer sua última cirurgia Lili chora, não fica bem claro, mas
transparece que são lágrimas de tristeza, será que Lili não se
arrependeu de ter mudado tanto?
De toda forma Lili Elbe é um exemplo de pioneirismo e coragem, por sua decisão de fazer as cirurgias de mudança de sexo, mesmo sabendo dos riscos, por causa da falta de aparelhagem e tecnologia que lhe proporcionariam mais segurança,portanto, não deixem de assistir o filme, para poderem conhecer a história de Lili Elbe, e poderem fazer suas próprias descobertas e análises do filme.
A resenha fez aflorar minha vontade para assistir o filme! Parabéns ^-^
ResponderExcluirQue maravilha! fiquei muito curioso para para assistir o filme! Parabéns :)
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