Ade-ga-bá
Gritou uma criança do lado de minha
mesa, numa panificadora: ade-ga-bá! Todos conversavam, eu escrevia: sendo,
portanto, julgado por olhos que nunca vira. Mais julgado me senti que o
Menino-Adegabá. Ele ainda não aprendeu: está aprendendo. E como?! Uai:
chantagem. Oferecem-lhe um chiclete: uau! Quão falho... desde cedo as crianças
já descobrem o valor material que suas ações têm; ações notadamente imateriais:
ádega-bá! Capitalismo infantil? Cadê a solidariedade?

A solidariedade (já repararam que
dentro dela há solidão?) está nisto: jamais reaverei o chaveiro.
1) Não quero tomar-lho, ele
faria o maior alvoroço, credo!, odeio escândalos.
2) Eu luto?, LUTO por isto: um
mundo que é nosso.
Isso, porém, nem é bonito.
Claro que não! Tratava-se de um Minion,
ah ele gostou: caridade. Uma ova!, puro interesse meu, interesse no silêncio:
ádega-bá. Sem que os pais soubessem, ensinei a ele a moral-do-comportamento-em-panificadoras. Que absurdo!, paremos com
essa de moralista. quem mesmo disse que não havia nada mais imoral que os
moralistas? Quem diria: a moral-do-chaveiro.
Dar-lho-ei; dar-lho-ei; dar-lho-ei: bleh! Foi-se então. Isso é importante:
temos de ver nele a geração que está nascendo. A geração que já aprendeu o
valor da troca; troquei, pois: pelo silêncio, pelo texto, pela pose de
caridoso.
Genial garoto.
ResponderExcluirBom de +
Ade-ga-ba
Genial garoto.
ResponderExcluirBom de +
Ade-ga-ba