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BATMAN: UMA PIADA MORTAL
Uma das HQs mais
conhecidas atualmente, Batman: A Piada Mortal, ganha uma nova edição nas mãos
de Alan Moore e Brian Bolland, lançada e publicada pela editora Panini em 2011.
A ideia foi trazer,
através de novos trabalhos visual e escrito, mais interpretações e sutilezas à obra. Baseada na narrativa original de Bob Kane e Richard Starkings dos anos
80, a atualização do clássico acarretou o alcance para novas faixas etárias e para
fãs que não conseguiram adquirir a primeira edição. Estes artistas foram
propulsores de um movimento que mudou o rumo das histórias em quadrinhos de até
então.
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Capa da edição de luxo, lançada em 2011 pela Panini. |
“O Homem Morcego”,
personagem consagrado no mundo dos quadrinhos, aparece mais uma vez “frente a
frente” com seu maior inimigo: o Coringa. A
história se inicia com o diálogo (ou quase) entre Batman e o palhaço do
mal, e a partir desse ponto a história
oscila entre o passado e o presente. E por meio desse mecanismo a charada, que
provoca tantas comentários, é decifrada aos poucos. A origem do famoso palhaço psicopata, inimigo
número um do morcego herói, é revelada de forma surpreendente e inesperada.
A reedição da história
aparece com mais detalhes nos desenhos e a narrativa com tanta qualidade quanto a original. As cenas que trazem o
tempo passado são em preto, branco, cinza e cores papéis, apresentando poucos objetos
em cores marcantes, o que gera novos significados e leituras. A nova palheta de cores tão bem escolhida eleva a produção a um nível pouco conhecido nas histórias de
quadrinhos. Apesar da animação ser conhecida por diferentes faixas etárias,
devido ao teor linguístico e visual, às vezes, pode parecer inadequado para
crianças muito pequenas.
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Página 35 (trinta e cinco) retirada do livro "Batman: Uma Piada Mortal". |
As diversas
onomatopeias nas cenas, produzem um aspecto mais realista e interacional do
leitor com os acontecimentos.
Os limites entre a
loucura e a sanidade. Alan Moore e Brian Bolland retratam este antagonismo com
Batman e Coringa nas últimas cenas da narrativa: um herói amado e são “versus”
um vilão temido e louco. No entanto, a piada contada no final pelo palhaço traz
a ideia de que a insanidade não faz parte apenas dos declarados como tal, mas
também de seu inimigo, as diferenças que possam existir seria o lado escolhido
e o reconhecimento de seu estado.
Como em o Alienista,
de Machado de Assis, ocorre a ilusão de é possível delimitar os limites entre o
equilíbrio e o desequilíbrio emocional. Um médico que diagnostica todos na
cidade como loucos e acaba ele próprio preso em sua clínica, é um exemplo da perda de sanidade, que pode aparecer de
diferentes maneiras, seja mais sutil ou mais aguda.
Outro exemplo famoso é
o de Van Gogh, artista plástico do século XIX, reconhecido mundialmente pelo
seu excelente trabalho. Foi classificado com problemas de desequilíbrio
emocional e mental, mas nunca deixou de ter sua incrível criatividade e
habilidade inatas. Assim como Coringa, o alto nível de criação e invenção,
mesmo em ambientes que impossibilitem isso, são existentes em personagens loucos, que saem da realidade existente e
vivem em suas imaginações.
O sorriso marcante, a
risada estrondosa, o verde vibrante do cabelo e a boca vermelha são
características conhecidas e lembradas como símbolo da loucura e da perspicácia
no mundo das HQs. O Coringa pode ser o dono das cartas, mas não do jogo.
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A loucura nunca foi tão querida... |
*Classificação indicativa: para todxs apixonadxs por quadrinhos bem planejados e escritos. Sintam-se convidadxs.
Aluna: Kelly Susan
Turma:2016/1
Professora: Margareth Lobato
Não sou fã de HQs mas fiquei com vontade de conhecer esse quadrinho. As relações que fez com fatos históricos foram ótimas :)
ResponderExcluirToda vez que penso no Coringa do "Batman Cavaleiro das trevas", acho que o Heath Ledger leu umas milhares de vezes essa HQ. Excelente resenha. Fiquei com vontade de ler novamente.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdorei a resenha, dá muita vontade de ler! ^-^
ResponderExcluirApesar de eu não ter o costuma de ler HQs, ao ler sua resenha me deu vontade ler e conhecer mais sobre esse universo. As imagens são maravilhosas, adorei os desenhos, as cores, muito expressivos! Parabéns! :)
ResponderExcluirA narrativa é de Alan Moore - ele escreveu Batman: The Killing Joke. A data do lançamento original é 1988. O que a Panini lançou no Brasil é a primeira e única versão de The Killing Joke. Bob Kane é o criador do personagem Batman (junto com Bill Finger), não desta narrativa específica. Richard Starkings é o letrista, o responsável por preencher os balões dos diálogos na edição original de The Killing Joke.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUau que maravilha! sou super fã de HQs e adorei! :)
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