sábado, 9 de julho de 2016

BATMAN: UMA PIADA MORTAL

BATMAN: UMA PIADA MORTAL

Uma das HQs mais conhecidas atualmente, Batman: A Piada Mortal, ganha uma nova edição nas mãos de Alan Moore e Brian Bolland, lançada e publicada pela editora Panini  em 2011.
A ideia foi trazer, através de novos trabalhos visual e escrito, mais interpretações e sutilezas à obra. Baseada na narrativa original de Bob Kane e Richard Starkings dos anos 80, a atualização do clássico acarretou o alcance para novas faixas etárias e para fãs que não conseguiram adquirir a primeira edição. Estes artistas foram propulsores de um movimento que mudou o rumo das histórias em quadrinhos de até então. 
Capa da edição de luxo, lançada em 2011 pela Panini.
“O Homem Morcego”, personagem consagrado no mundo dos quadrinhos, aparece mais uma vez “frente a frente” com seu maior inimigo: o Coringa. A  história se inicia com o diálogo (ou quase) entre Batman e o palhaço do mal, e a partir desse ponto  a história oscila entre o passado e o presente. E por meio desse mecanismo a charada, que provoca tantas comentários, é decifrada aos poucos.  A origem do famoso palhaço psicopata, inimigo número um do morcego herói, é revelada de forma surpreendente e inesperada. 

A reedição da história aparece com mais detalhes nos desenhos e a narrativa com tanta qualidade  quanto a original. As cenas que trazem o tempo passado são em preto, branco, cinza e cores papéis, apresentando poucos objetos em cores marcantes, o que gera novos significados e leituras.  A nova palheta de cores  tão bem escolhida eleva a produção a  um nível pouco conhecido nas histórias de quadrinhos. Apesar da animação ser conhecida por diferentes faixas etárias, devido ao teor linguístico e visual, às vezes, pode parecer inadequado para crianças muito pequenas.

Página 35 (trinta e cinco) retirada do livro "Batman: Uma Piada Mortal".
As diversas onomatopeias nas cenas, produzem um aspecto mais realista e interacional do leitor com os acontecimentos. 

Os limites entre a loucura e a sanidade. Alan Moore e Brian Bolland retratam este antagonismo com Batman e Coringa nas últimas cenas da narrativa: um herói amado e são “versus” um vilão temido e louco. No entanto, a piada contada no final pelo palhaço traz a ideia de que a insanidade não faz parte apenas dos declarados como tal, mas também de seu inimigo, as diferenças que possam existir seria o lado escolhido e o reconhecimento de seu estado.
Como em o Alienista, de Machado de Assis, ocorre a ilusão de é possível delimitar os limites entre o equilíbrio e o desequilíbrio emocional. Um médico que diagnostica todos na cidade como loucos e acaba ele próprio preso em sua clínica, é um exemplo da perda de sanidade, que pode aparecer de diferentes maneiras, seja mais sutil ou mais aguda.
Outro exemplo famoso é o de Van Gogh, artista plástico do século XIX, reconhecido mundialmente pelo seu excelente trabalho. Foi classificado com problemas de desequilíbrio emocional e mental, mas nunca deixou de ter sua incrível criatividade e habilidade inatas. Assim como Coringa, o alto nível de criação e invenção, mesmo em ambientes que impossibilitem isso, são existentes em personagens  loucos, que saem da realidade existente e vivem em suas imaginações.

O sorriso marcante, a risada estrondosa, o verde vibrante do cabelo e a boca vermelha são características conhecidas e lembradas como símbolo da loucura e da perspicácia no mundo das HQs. O Coringa pode ser o dono das cartas, mas não do jogo.  

A loucura nunca foi tão querida...

*Classificação indicativa: para todxs apixonadxs por quadrinhos bem planejados e escritos. Sintam-se convidadxs. 



Aluna: Kelly Susan 
Turma:2016/1
Professora: Margareth Lobato

8 comentários:

  1. Não sou fã de HQs mas fiquei com vontade de conhecer esse quadrinho. As relações que fez com fatos históricos foram ótimas :)

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  2. Toda vez que penso no Coringa do "Batman Cavaleiro das trevas", acho que o Heath Ledger leu umas milhares de vezes essa HQ. Excelente resenha. Fiquei com vontade de ler novamente.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Adorei a resenha, dá muita vontade de ler! ^-^

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  5. Apesar de eu não ter o costuma de ler HQs, ao ler sua resenha me deu vontade ler e conhecer mais sobre esse universo. As imagens são maravilhosas, adorei os desenhos, as cores, muito expressivos! Parabéns! :)

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  6. A narrativa é de Alan Moore - ele escreveu Batman: The Killing Joke. A data do lançamento original é 1988. O que a Panini lançou no Brasil é a primeira e única versão de The Killing Joke. Bob Kane é o criador do personagem Batman (junto com Bill Finger), não desta narrativa específica. Richard Starkings é o letrista, o responsável por preencher os balões dos diálogos na edição original de The Killing Joke.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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