Ouvindo uma conversa enquanto
esperava o ônibus no terminal, lembrei-me de um caso que minha mãe havia me
contado sobre o mesmo assunto. A notícia era sobre uma tornozeleira eletrônica
e o quanto era ineficaz esse método de monitoramento. Ela disse que um homem
tinha retirado da perna o aparelho e o colocado em uma galinha, algo não muito
inteligente, já que o animal acabou andando mais que o previsto e além dos
limites estabelecidos pela polícia.
Entretanto, o caso narrado por Antônia e sua
filha, Francisca, era diferente. Contaram que uma conhecida já estava em casa,
tinha saído do regime policial sobre pena de monitoramento via tornozeleira
eletrônica (como na primeira história), mas diferentemente daquele ocorrido da
galinha fujona, o sistema estava atualizado. Se por ventura, aquela pessoa
tentasse retirar o objeto, consequentemente, seria emitido um ruído alto e os
monitores entrariam em alerta.
O interessante da história
aconteceu após essas breves informações. Antônia disse, então, à filha:
- Coitada! Sabe como Marieta está? A situação
deve ter sido bem complicada para ela...
- Parece que está bem. Está complicadíssima!!!
Quando ela quebrou a perna a felicidade foi imensa - como a senhora imagina -
nossa prisioneira pensou que se livraria daquele incomodo ao menos por um
tempo. Mas...
- Não tiraram o objeto?
- Para fazer os exames e colocar o
gesso, sim. Só que a polícia não ia deixar de monitorá-la só por ter quebrado
um osso. Colocaram o aparelho na outra perna.
- Mas e o que tem de
“complicadíssimo” nisso, menina?
- É que o novo aparelho estava com
defeito. Se pisasse forte demais no chão ou pulasse, ele apitava como se fosse
uma tentativa de retirá-lo.
- E ela não podia pisar no chão com
a outra perna...
- Isso! Por não ter uma muleta
ainda, acabou saindo do hospital igual a uma ambulância ou aqueles carros de
polícia barulhentos. Perturbou todo o lugar e as risadas, pelo o que me
disseram, foi geral.
- E conseguiu uma muleta agora?
- Conseguiu, mas não ajudou muito. O barulho
só fica pior e a tornozeleira mais frágil. Os vizinhos já não aguentam mais...
E as duas caíram na gargalhada.
A história em questão é só mais um
exemplo de como os mecanismos usados pelos agentes de polícia são mal pensados.
Fogem à realidade de uma sociedade sustentada pela pobreza e miséria da
maioria. As situações podem ser engraçadas, mas o que refletem nem tanto. As
cadeias lotadas e a fichas dos prisioneiros cada vez maiores mostram que a
solução não é feita por monitoramentos, mas de um novo modelo de reeducação
pelo cárcere. Já que hoje, isso se quer acontece.
ALUNA: Kelly Susan Mª de Figueiredo
Turma: 2016/1
ALUNA: Kelly Susan Mª de Figueiredo
Turma: 2016/1
Gostei do texto.
ResponderExcluirBem original e trata de um tema bastante polemico e necessario quanto ao nosso sistema prisional.
Parabens!
Gostei do texto.
ResponderExcluirBem original e trata de um tema bastante polemico e necessario quanto ao nosso sistema prisional.
Parabens!
Parabéns
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