sexta-feira, 22 de julho de 2016

MARIETA E A GALINHA FUJONA

Ouvindo uma conversa enquanto esperava o ônibus no terminal, lembrei-me de um caso que minha mãe havia me contado sobre o mesmo assunto. A notícia era sobre uma tornozeleira eletrônica e o quanto era ineficaz esse método de monitoramento. Ela disse que um homem tinha retirado da perna o aparelho e o colocado em uma galinha, algo não muito inteligente, já que o animal acabou andando mais que o previsto e além dos limites estabelecidos pela polícia.
 Entretanto, o caso narrado por Antônia e sua filha, Francisca, era diferente. Contaram que uma conhecida já estava em casa, tinha saído do regime policial sobre pena de monitoramento via tornozeleira eletrônica (como na primeira história), mas diferentemente daquele ocorrido da galinha fujona, o sistema estava atualizado. Se por ventura, aquela pessoa tentasse retirar o objeto, consequentemente, seria emitido um ruído alto e os monitores entrariam em alerta.
O interessante da história aconteceu após essas breves informações. Antônia disse, então, à filha:
 - Coitada! Sabe como Marieta está? A situação deve ter sido bem complicada para ela...
 - Parece que está bem. Está complicadíssima!!! Quando ela quebrou a perna a felicidade foi imensa - como a senhora imagina - nossa prisioneira pensou que se livraria daquele incomodo ao menos por um tempo. Mas...
 - Não tiraram o objeto?
- Para fazer os exames e colocar o gesso, sim. Só que a polícia não ia deixar de monitorá-la só por ter quebrado um osso. Colocaram o aparelho na outra perna.
- Mas e o que tem de “complicadíssimo” nisso, menina?
- É que o novo aparelho estava com defeito. Se pisasse forte demais no chão ou pulasse, ele apitava como se fosse uma tentativa de retirá-lo.
- E ela não podia pisar no chão com a outra perna...
- Isso! Por não ter uma muleta ainda, acabou saindo do hospital igual a uma ambulância ou aqueles carros de polícia barulhentos. Perturbou todo o lugar e as risadas, pelo o que me disseram, foi geral.
 - E conseguiu uma muleta agora?
 - Conseguiu, mas não ajudou muito. O barulho só fica pior e a tornozeleira mais frágil. Os vizinhos já não aguentam mais...
E as duas caíram na gargalhada.

A história em questão é só mais um exemplo de como os mecanismos usados pelos agentes de polícia são mal pensados. Fogem à realidade de uma sociedade sustentada pela pobreza e miséria da maioria. As situações podem ser engraçadas, mas o que refletem nem tanto. As cadeias lotadas e a fichas dos prisioneiros cada vez maiores mostram que a solução não é feita por monitoramentos, mas de um novo modelo de reeducação pelo cárcere. Já que hoje, isso se quer acontece. 

ALUNA: Kelly Susan Mª de Figueiredo
Turma: 2016/1

3 comentários:

  1. Gostei do texto.
    Bem original e trata de um tema bastante polemico e necessario quanto ao nosso sistema prisional.
    Parabens!

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  2. Gostei do texto.
    Bem original e trata de um tema bastante polemico e necessario quanto ao nosso sistema prisional.
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